"Só não se perca ao entrar no meu infinito particular..."

terça-feira, 20 de setembro de 2011


E aí eu descobri que talvez a pessoa certa não seja aquela que vira a tua vida do avesso, que deixa teu mundo de cabeça pra baixo, e sim aquela que deixa o teu mundo no lugar e complementa ele da melhor maneira possível, te fazendo perceber que agora sim teu coração está no lugar certo.
E a saudade? A melhor definição que já vi dessa danada é que é o sentimento mais urgente que existe... e se é! Às vezes temos a sensação de que a gente vai se teletransportar em segundos  pra junto da pessoa de tanta vontade de estar lá.
E aquela vontade de falar? Falar qualquer coisa que não diz nada, mas diz tudo. Qualquer coisa que expresse um mínimo da euforia desse humilde coração ao ver aquele sorriso lindo, ao olhar bem fundo naqueles olhos azuis e sentir que tudo, até o último suspiro, é correspondido. Vontade de falar da urgência em estar junto já sabendo do momento em que a distância vai nos impedir, do desejo de perpetuar aquele momento, de estar fazendo tudo o que se quer ao mesmo tempo pra não perder sequer um minuto daquela companhia deliciosa... a necessidade de expressar em palavras que o coração está cheio, está transbordando, o quanto parece que não se consegue segurar, que vai estourar, e que muitas vezes quase escorre pelos olhos. Mas quem disse que as palavras ajudam?
Então descobri outra coisa... percebi que quanto menos eu falo, mais eu sinto. Que a vontade de falar é tanta, que fazer mistério sobre meus sentimentos pode tornar tudo mais emocionante. São sentimentos meus, só meus, e naquele momento são tudo o que eu possuo, então o meu maior segredo é o que de mais intenso eu posso sentir. Como a necessidade de expressar é tanta, eu banalizaria o mais lindo e puro sentimento. Então me permito ser egoísta e senti-lo só pra mim, pra que nunca perca o encanto.
E quando paro pra lembrar daquele beijo... ahhh que beijo! É algo só nosso que não se trata de simplesmente beijar, a gente brinca de beijo, que brinca de ser bom! É bem mais como fazer carinho com a boca... Acho também que pelo menos 30% do beijo está no cheiro. Tem cheiro que a gente se identifica, quer grudar ali e não sair nunca mais. Dá vontade de guardar num potinho pra abrir e sentir um pouquinho daquela essência viciante toda vez que der saudade. Mas aí ia acabar rápido demais, com aquela história da urgência.
Cumplicidade. Tá aí uma coisa fundamental que um dia se descobre que não tem como criar, ou ela acontece, ou não. Não é uma questão de escolha, nem de tentativa. É ter certeza desde o início, nenhuma dúvida, nenhuma desconfiança. Ter a pessoa ao lado e no outro dia estar a quilômetros de distância, e mesmo assim poder senti-la ali. Não tem muitas palavras que me ajudem a explicar, cumplicidade se resume em uma coisa: simplesmente saber. Ele não precisa me dizer o que sente, eu já sei. Não precisa me dizer se confia, se incomoda, se ele se importa, eu já sei. Não preciso ouvir que é difícil ir embora, que vai sentir saudades, que precisa de conforto, eu também sei. Se me pedir pra explicar, nunca vou conseguir. Cumplicidade, eu percebi, é poder estar quase transbordando, não fazer a menor idéia de como expressar, não falar nada e não precisar escutar nada de volta... e mesmo assim saber que ele sente o mesmo. Está além do entendimento, cumplicidade é certeza, é sentimento.
E quanta melação pra alguém que o tempo fez ficar tão prática e desacreditada em relacionamentos. Aí é que a gente vê que não importa quantas vezes as gente repasse, copie (ou assine nas agendas das amigas como se fazia na minha época) frases do tipo “O tempo ensina”, “só o tempo traz a resposta”, ou o quanto a gente fique cantarolando músicas como “a vida ensina e o tempo traz o tom...” da Cidade Negra e “o tempo passa e um dia a gente aprende...” do CBJr porque achamos a letra linda, a gente só entende o que realmente isso quer dizer depois que passam os delírios da adolescência e a gente vê que nenhuma relação é um conto de fadas. Eu sei, todo mundo sabe disso, mas no fundo todas nós sonhamos um dia encontrar alguém com quem tudo vai ser perfeito. E aí de tanto tentar fazer um namoro durar pra sempre a gente para de acreditar. Para de acreditar em pra sempre e em “amor da minha vida”. Vai parecer a mesma ladainha de sempre mas a verdade é que um dia a gente aprende a praticar o “viver um dia de cada vez” e “a felicidade é o presente”. Agora, nesse momento, o que eu mais quero é que seja eterno... eterno em cada fração de segundo do presente. O batido “eterno enquanto dure”. Porque fazer planos é gosto, imaginar o casamento e escolher os nomes dos filhos é muito bom... mas depois que isso passa se não dá certo, parece um monte de tempo perdido com uma baboseira que nunca foi verdade. E assim eu aprendi a viver o agora, sentir agora, amar agora... e também a sentir saudade agora como se fosse por um mês inteiro!
E aí a gente vai vivendo esse sentimento gostoso sem culpa e sem preocupações, porque ele é o que é, aqui e agora. Se é o mais intenso que eu já senti eu vou gritar de felicidade e deixar transbordar pelos olhos sem deixar pra depois, porque amanhã nunca se sabe. E a saudade? Sim, ela é urgente, e não dá trégua. Não dá pra esperar o melhor momento, o melhor lugar, o dia mais bonito. Se o amor ta aí, ele quer ser vivido.

Um comentário:

  1. Lily, de uma verdade incalculável seu texto, em essência, devemos viver o hoje. O amor vivido intensamente é maravilhoso, até a saudade deste amor vivido é boa, pode parecer piegas mas é como é. Adorei seu jeito de externar esses sentimentos, continue escrevendo, seu primeiro ensaio já diz muito sobre você e sobre o que sente.Deve experimentar enveredar pelos contos de ficção, tente outros estilos, vai ver que escrever é um prazer desvairado, mas por demais desejável. Dá um sentido as coisas e pode se tornar a sua maior expressão. Um grande abraço e muito obrigado por visitar meu blogue, eu quase não recebo visitas, fico feliz que tenha gostado, venha mais vezes, um beijo grande.

    ResponderExcluir